Aforismo 2
Ditadura é uma forma legalizada
de se burlar os direitos humanos
e se cometer atrocidades desumanas.
(Rogério Salgado)
1º DE ABRIL DE 1964\ 1ºE ABRIL DE 2014
50 ANOS DE UMA ÉPOCA QUE, SE COMPARADA AOS DIAS
ATUAIS, PODERÍAMOS DIZER QUE: SE HOJE COBRAMOS QUE SE FAÇAM JUSTIÇA COM OS
MILITARES QUE MATARAM E SUMIRAM COM O PEDREIRO AMARILDO, NAQUELA ÉPOCA, SE
COBRÁSSÊMOS JUSTIÇA, TANTO AMARILDO, COMO SUA ESPOSA, SEUS FILHOS E SUA FAMÍLIA
SERIAM ASSASSINADOS E DESAPARECIDOS TAMBÉM.
Elizabeth Silva, mulher de Amarildo, chega
no prédio do Tribunal de Justiça para participar da audiência sobre a morte do
ex-ajudante de pedreiro. Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo OBS: Na época
da ditadura, além de isso não acontecer, caso ela (Elizabeth) reclamasse muito,
também seria enquadrada e desapareceria.
Regime ou Ditadura militar
no Brasil foi o regime autoritário que governou o país de 1º
de abril de 1964 até 15 de março de 1985. A implantação da ditadura começou com
o Golpe de 64, quando as Forças Armadas do Brasil derrubaram o governo do
presidente constitucional João Goulart e terminou quando José Sarney assumiu
o cargo de presidente. A revolta militar foi fomentada por Magalhães Pinto, Adhemar de
Barros e Carlos Lacerda, governadores dos estados de Minas Gerais, São
Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, com apoio dos grandes veículos de
comunicação. O regime militar brasileiro
inspirou o modelo de outros regimes militares e ditaduras por toda a América
Latina, sistematizando a “Doutrina de Segurança Nacional”, que justificava
ações militares como forma de proteger o "interesse da segurança
nacional" em tempos de crise.
As Forças Armadas brasileiras adquiriram grande
poder político após a vitória na Guerra do Paraguai. A politização das
instituições militares ficou evidente com a Proclamação da República, que
derrubou o império, ou com o tenentismo
(movimento tenentista) e a Revolução de 30. As
tensões políticas voltaram à tona na década de 1950, quando importantes
círculos militares se aliaram a ativistas de direita em tentativas de
impedir que presidentes como o Juscelino Kubitschek e João Goulart
tomassem posse, devido ao seu alinhamento com a ideologia comunista.
Enquanto Kubitschek mostrou-se simpático às instituições capitalistas,
Goulart prometeu reformas de longo alcance, expropriação de interesses
comerciais e a continuação da independência da política externa iniciada por
seu antecessor Jânio Quadros com o Brasil tendo relações diplomáticas e
comerciais com ambos os blocos capitalista e comunista.
Em 1961, Goulart foi autorizado a assumir o
cargo, sob um acordo que diminuiu seus poderes como presidente com a instalação
do parlamentarismo. O país voltou ao sistema presidencialista um ano
depois, e, como os poderes de Goulart cresceram, tornou-se evidente que ele
iria procurar implementar políticas de esquerda, como a reforma agrária e
a nacionalização de empresas em vários setores econômicos, independentemente do
consentimento das instituições estabelecidas, como o Congresso. Na época,
a sociedade brasileira tornou-se profundamente polarizada, devido ao temor que o Brasil se juntasse a Cuba como parte do Bloco Comunista na América
Latina sob o comando de Goulart. Políticos influentes, como Carlos Lacerda
e até mesmo Kubitschek, magnatas da mídia (Roberto Marinho, Otávio Frias de
Oliveira, Júlio Mesquita Filho), a Igreja Católica, os latifundiários,
empresários e parte da classe média pediam uma
"contra-revolução" por parte das Forças Armadas para remover o
governo.
Em 31 de março de 1964, as operações das tropas
rebeldes foram iniciadas. Goulart fugiu para o Uruguai em 1 de abril.
Apesar das promessas iniciais, a ditadura militar durou 21 anos. Além disso, o
novo governo pôs em prática vários Atos Institucionais, culminando com
o AI-5, de 1968, que vigorou até 1978. A Constituição de 1946 foi
substituída pela Constituição de 1967, e, ao mesmo tempo, ocorreram a dissolução
do Congresso Nacional, a supressão de liberdades individuais e a criação
de um código de processo penal militar que permitiu que o Exército
brasileiro e a polícia militar do Brasil pudessem prender e
encarcerar pessoas consideradas suspeitas, além de impossibilitar qualquer
revisão judicial. O novo regime adotou uma diretriz
nacionalista, desenvolvimentista e de oposição ao comunismo. A
ditadura atingiu o auge de sua popularidade na década de 1970, com o "milagre
brasileiro", no mesmo momento em que o regime censurava todos os meios de
comunicação, torturava e exilava dissidentes. Na década de 1980, assim como
outros regimes militares latino-americanos, a ditadura brasileira entrou em
decadência e o governo não conseguia mais estimular a economia e diminuir a inflação crônica,
o que deu impulso ao movimento pró-democracia. O governo aprovou uma Lei
de Anistia para os crimes políticos cometidos pelo e contra o
regime, as restrições às liberdades civis foram relaxadas e, então, eleições
presidenciais foram realizadas em 1984, com candidatos civis. Desde a
aprovação da Constituição de 1988, o Brasil voltou à democracia, os
militares foram mantidos sob controle institucional civil e sem nenhum papel
político relevante.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
HISTÓRIA
Quais foram as torturas
utilizadas na época da ditadura militar no Brasil?
por
Roberto Navaro
Uma pesquisa coordenada pela Igreja
Católica com documentos produzidos pelos próprios militares identificou mais de
cem torturas usadas nos "anos de chumbo" (1964-1985). Esse baú de
crueldades, que incluía choques elétricos, afogamentos e muita pancadaria, foi
aberto de vez em 1968, o início do período mais duro do regime militar. A
partir dessa época, a tortura passou a ser amplamente empregada, especialmente
para obter informações de pessoas envolvidas com a luta armada. Contando com a
"assessoria técnica" de militares americanos que ensinavam a
torturar, grupos policiais e militares começavam a agredir no momento da
prisão, invadindo casas ou locais de trabalho. A coisa piorava nas delegacias
de polícia e em quartéis, onde muitas vezes havia salas de interrogatório
revestidas com material isolante para evitar que os gritos dos presos fossem
ouvidos. "Os relatos indicam que os suplícios eram duradouros.
Prolongavam-se por horas, eram praticados por diversas pessoas e se repetiam
por dias", afirma a juíza Kenarik Boujikain Felippe, da Associação Juízes
para a Democracia, em São Paulo. O pau comeu solto até 1974, quando o
presidente Ernesto Geisel tomou medidas para diminuir a tortura, afastando
vários militares da "linha dura" do Exército. Durante o governo
militar, mais de 280 pessoas foram mortas - muitas sob tortura. Mais de cem
desapareceram, segundo números reconhecidos oficialmente. Mas ninguém acusado
de torturar presos políticos durante a ditadura militar chegou a ser punido. Em
1979, o Congresso aprovou a Lei da Anistia, que determinou que todos os
envolvidos em crimes políticos - incluindo os torturadores - fossem perdoados
pela Justiça.
Fonte: suapesquisa.com.
Arquitetura
da dor.
Torturadores abusavam de choques,
porradas e drogas para conseguir informações
Cadeira
do dragão
Nessa espécie de cadeira elétrica, os
presos sentavam pelados numa cadeira revestida de zinco ligada a terminais
elétricos. Quando o aparelho era ligado na eletricidade, o zinco transmitia
choques a todo o corpo. Muitas vezes, os torturadores enfiavam na cabeça da
vítima um balde de metal, onde também eram aplicados choques
Pau-de-arara
É uma das mais antigas formas de
tortura usadas no Brasil - já existia nos tempos da escravidão. Com uma barra
de ferro atravessada entre os punhos e os joelhos, o preso ficava pelado,
amarrado e pendurado a cerca de 20 centímetros do chão. Nessa posição que causa
dores atrozes no corpo, o preso sofria com choques, pancadas e queimaduras com
cigarros
Choques
elétricos
As máquinas usadas nessa tortura eram
chamadas de "pimentinha" ou "maricota". Elas geravam
choques que aumentavam quando a manivela era girada rapidamente pelo
torturador. A descarga elétrica causava queimaduras e convulsões - muitas
vezes, seu efeito fazia o preso morder violentamente a própria língua
Espancamentos
Vários tipos de agressões físicas eram
combinados às outras formas de tortura. Um dos mais cruéis era o popular
"telefone". Com as duas mãos em forma de concha, o torturador dava
tapas ao mesmo tempo contra os dois ouvidos do preso. A técnica era tão brutal
que podia romper os tímpanos do acusado e provocar surdez permanente
Soro
da verdade
O tal soro é o pentotal sódico, uma
droga injetável que provoca na vítima um estado de sonolência e reduz as
barreiras inibitórias. Sob seu efeito, a pessoa poderia falar coisas que
normalmente não contaria - daí o nome "soro da verdade" e seu uso na
busca de informações dos presos. Mas seu efeito é pouco confiável e a droga
pode até matar
Afogamentos
Os torturadores fechavam as narinas do
preso e colocavam uma mangueira ou um tubo de borracha dentro da boca do
acusado para obrigá-lo a engolir água. Outro método era mergulhar a cabeça do
torturado num balde, tanque ou tambor cheio de água, forçando sua nuca para
baixo até o limite do afogamento
Geladeira
Os presos ficavam pelados numa cela
baixa e pequena, que os impedia de ficar de pé. Depois, os torturadores
alternavam um sistema de refrigeração superfrio e um sistema de aquecimento que
produzia calor insuportável, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. Os
presos ficavam na "geladeira" por vários dias, sem água ou comida.
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