sexta-feira, 20 de julho de 2018

LANÇAMENTO DOS LIVROS “NAQUELES TEMPOS DA ARTE QUINTAL” E “GLÓRIA”




Eu, Rogério Salgado, estarei lançando os livros “Naqueles tempos da Arte Quintal”, dia 21 de agosto próximo, no Restaurante Farroupilha Grill, em Belo Horizonte, a Av. Olegário Maciel, 1801 – Lourdes - (próximo ao Shopping Diamond Mall), a partir das 19 horas e o livro “Glória”, dia 13 de setembro próximo, em Campos dos Goytacazes-RJ, minha terra natal, no Museu Histórico de Campos dos Goytacazes/RJ, a Praça Santíssimo Salvador, 40, a partir das 19 horas.
“Naqueles tempos da Arte Quintal” (co-edição RS Edições e Baroni Edições), tem organização de texto de Virgilene Araújo, projeto gráfico da capa, contracapa e miolo de Irineu Baroni, prefácio do escritor português Cunha de Leiradella e orelhas do jornalista Adair José, livro este que conta a história de uma das mais importantes revistas culturais que circulou no país. Criada em 1983 por Rogério, em companhia da médica e escritora Virgínia Reis e do amigo Ecivaldo John, a Revista Arte Quintal, após a edição nº 1 teve a adesão do poeta Wagner Torres e logo se transformaria em Editora, fechando suas portas em 1992, em decorrência do Plano Collor. Nas páginas do livro, o leitor encontrará os bastidores da revista, além de um registro histórico dos movimentos culturais e políticos na década de 80 e início de 90, já que seus editores também participaram entre outros, do movimento pelas Diretas Já, antes da morte de Tancredo Neves e do EPC-Encontro Popular de Cultura. Neste livro vem encartado o livro de poemas inéditos “Baú de memórias”.
“Glória” (co-edição RS Edições e Baroni Edições) é um livro baseado na exposição homônima, homenagem ao centenário da pianista Glória Salgado, minha mãe e que percorreu quase todos os Centros Culturais de Belo Horizonte, contendo todo o material da exposição, além de dois poemas inéditos, numa tiragem limitada de apenas 100 exemplares, numerados e rubricados pelo autor, também com projeto gráfico de Irineu Baroni.
Vejam abaixo um trecho de “Naqueles tempos da Arte Quintal” e um poema do livro “Glória”.

“(...) No número 3 da revista, criamos a coluna “Eu quero votar pra presidente”, na qual vários artistas diziam por que queriam votar para presidente.
A “revista” estava super antenada com as questões sociais e, entre outras conscientizações, conforme cito no resumo da edição número 3 da Arte Quintal, Virgínia fez uma denúncia sobre a industrialização do artesanato em Minas Gerais, onde em espaços como o da Praça da Liberdade, em que acontecia a Feira de Artesanatos, conhecida como “Feira Hippie”, hoje acontece na Avenida Afonso Pena, havia mais produtos industrializados do que artesanais.
Nessa época, vários artistas mineiros, incluindo nós, da Arte Quintal, já se reuniam para discutir as eleições diretas. Queríamos um presidente que fosse eleito por nós, mesmo se errássemos ou acertássemos, queríamos ser os donos da história e naquele finalzinho de ditadura, ainda éramos impedidos de contribuir com o futuro deste país. Queríamos o verdadeiro sentido da liberdade correndo em nossas veias.

O PIANO QUE MAMÃE TOCAVA
(O último Concerto)

Venderam o piano que mamãe tocava
a sala hoje encontra-se vazia.

No tempo do tempo do tempo
havia no canto de nossa velha casa
da Rua Doutor Mattos
além do criado mudo e móveis mais
a canção e a vida, na viagem
do piano que mamãe tocava.

- Quase tudo tem seu preço.
O piano que mamãe tocava
não tinha preço: tinha valor -                    

A tristeza e a alegria
na história dessa senhora
e o toque sutil de suas mãos
tão calejadas e sofridas
faziam todas as canções, belas.

Hoje, o canto encontra-se vazio
mas a nostalgia embala a criança
que amadureceu criança
nas lembranças daquele tempo.

Acordaram todos os sonhos
a velha senhora se foi
e a canção desencantou-se
no dia em que venderam
o piano que mamãe tocava.







Um comentário:

Araken Vaz Galvão disse...

Cada batida no teclado (que significa uma oculta martelada sonora) ainda dói no coração saudoso de quem possui memória e, portanto, lembranças.
Como repercute o som nas fibras do passado.