"O abraço liberta o abraçador, porque no ato de abraçar ele se
expõe, se entrega. Quem abraça desnuda a alma, coloca os pés no chão sem
vergonha de estar descalço e se livra das barreiras e dos medos, dos orgulhos e
dos recalques, porque oferece o que há de mais íntimo e profundo: o seu corpo
para acolher o outro". (Maria Dolores)
Desde a década de 70, quando surgiu o Movimento Marginal,
em que poetas em plena ditadura, buscavam espaços para levar poesia às pessoas,
sem ter de se mostrar a censura prévia. Daí surgiu a Geração Mimeógrafo, em que
poetas faziam livros mimeografados e os vendiam em portas de teatro, etc. Eu
mesmo participei em 1979, em Campos dos Goytacazes\RJ, minha terra natal, de um
movimento em que recitávamos poesia, além de escrevermos nossos versos e
pregarmos nas calçadas nas conhecidas “folhas de papel de embrulho”, para que
todos lessem, isso no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, mais conhecido
como a “Rua dos homens em pé”.
No Rio de Janeiro surgiu em 1984, o "Projeto
Cultural Passa na Praça que a Poesia te Abraça", tendo como um dos seus
criadores, o poeta Douglas Carrara, na época com 41 anos de idade e hoje aos
68. Cada domingo um grupo obstinado de poetas aterrisava numa praça do Rio,
principalmente naquelas que não tinham tido contato com este tipo de
experiência e se tinha abraço apenas no nome do projeto ou entre os mais
íntimos, pelo menos os poetas recitavam seus versos para quem passava pelo
local. Infelizmente em 1988, o grupo paralisaria suas atividades.
Em Belo Horizonte surgiu uma rapaziada que anda fazendo acontecer: trata-se dos poetas Irineu Baroni, José Hilton Rosa e Márcia Araújo, que criaram a Confraria de Poetas Belo Horizonte e hoje estão fazendo história, levando a poesia até as pessoas, mais até do que aqueles famosos que escrevem e esperam em casa, o próximo prêmio máximo de literatura brasileira.
Em Belo Horizonte surgiu uma rapaziada que anda fazendo acontecer: trata-se dos poetas Irineu Baroni, José Hilton Rosa e Márcia Araújo, que criaram a Confraria de Poetas Belo Horizonte e hoje estão fazendo história, levando a poesia até as pessoas, mais até do que aqueles famosos que escrevem e esperam em casa, o próximo prêmio máximo de literatura brasileira.
A Confraria de Poetas Belo Horizonte tem
como norte em suas ações: planejar, debater, executar ações, tais como saraus,
participações em eventos, que motivem as pessoas a mergulhar no mundo da
literatura, em especial da poesia.
Em janeiro deste ano foi
realizada a 1ª Edição do Projeto "Abrace um Livro". Uma
proposta do poeta Irineu Baroni, que a Confraria prontamente abraçou. O
projeto consiste na troca de um livro por um abraço, nada mais justo numa época
em que impera a violência, a discórdia política e esportiva e uma insegurança
num mundo onde poucas pessoas tem a capacidade de dar um simples abraço no seu
próximo. Os livros, na maioria das vezes doados, são distribuídos pelos poetas,
de maneira totalmente gratuita. Abraço é um sentimento que a poesia também
desperta em quem a acolhe, por isso a ideia de unir abraço e poesia.
Segundo seus idealizadores: “Em tempos onde abraçar é um ato cada
vez mais raro, no máximo conseguimos dar um tapinha nas costas, quando não um
"oi virtual", queremos que as pessoas retomem o gosto pelo abraçar e
ser abraçado, além de incentivar a leitura.”
Até agora já foram realizadas as
edições "Abrace um Livro" em janeiro no Parque Ecológico da Pampulha;
em março no Aniversário dos Arautos da Poesia, em Sabará\MG; em maio no Centro
Cultural São Geraldo, no qual fui convidado a estar junto com eles e no Aniversário
do Parque Ecológico da Pampulha. A próxima edição será realizada este mês
de junho na Escola Municipal Wladimir de Paula Gomes.
A idéia foi jogada nas ruas, que se
copiem, reproduzam e se abracem cada vez mais, mas justiça seja feita, o
primeiro abraço belorizontino em troca de um livro foi dado por essa rapaziada
da Confraria de Poetas Belo Horizonte. Esse mérito ninguém tira deles.
Além do projeto "Abrace um
Livro", a Confraria de Poetas Belo Horizonte também teve
participações no 2º Beagá Psiu
poético; no evento ELAS, no dia internacional da mulher e vamos aguardar que
muitas novidades virão por aí.
Fotos: Ariadne Lima
Um comentário:
Olá grande amigo e ativista Cultural Rogério Salgado... o "abrace um livro" acontece graças a pessoas com o você que incentivam e apoiam nossa iniciativa... Obrigado e aguarde outras novidades que, com o estimulo precioso de Poetas como você, surgirão em breve... abs do amigo Irineu baroni.
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