Começou
a escrever poesia aos 7 de idade. Declamava para as professoras do colégio os
seus versos e escrevia no quadro negro também. Explicava para as professoras o
que entendia que era linguagem poética. Foi seguindo assim até os 11 anos,
quando começou a estudar pintura com o professor Claudionor Cunha,
impressionista mineiro. Com 13 anos começou a estudar violão clássico com o
professor Nelson Piló, assistente de Heitor Villa Lobos. 1964 explode o Golpe
Militar. Seu pai estava junto com a
Sociedade Mineira de Concertos Sinfônicos, tocando o Concerto de Villa Lobos
para harmônica e orquestra. Isto aconteceu antes dela conhecer estes mestres.
Tinha 9 anos. O Professor Nelson Piló a preparou quatro anos para um concurso
de jovens instrumentistas. Lhe deu para estudar uma peça de Anton Logy, que ele
disse ser anônimo e ter produzido uma Obra Prima. 1975 entra na Faculdade de
Letras da UFMG. Clima de medo. Se lembra de ter tentado assistir a uma palestra
e a Universidade estar cercada por policiais. Em 81 foi eleita líder do
Diretório Acadêmico. Apoiou a Quarta Internacional, que era trotskista e a OSI.
Quebraram a Gráfica dos estudantes. Se tivessem encontrado textos da Quarta
Internacional lá, poderiam ser todos presos. .Era clandestina. Passou alguns
anos dedicada à Artes Plásticas. Fez Mestrado em Poesia. Apresentou vários
trabalhos na ABRALIC. Publicou trabalhos teóricos e voltou à Poesia. Publicou
em várias Antologias, no Brasil e no Chile. Sobreviveu quase sem recurso
nenhum, junto à Sociedade Civil Organizada. Ainda sonha com um Projeto
Socialista.
Mestre
em Letras, Poéticas da Modernidade (UFMG). Especialista em Música, Educação
Musical (UFMG). Cônsul do Movimento Internacional de Poetas Del Mundo. Cônsul
da Associação Internacional de Poetas Del Mundo. Embaixatriz do Círculo de
Embaixadores da Paz de Genebra. Membro Correspondente da Academia de Letras de
Araraquara. Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Uma das autoras, junto com Biláh Bernardes, Irineu Baroni,
Petrônio Souza Gonçalves e Rogério Salgado do livro “AI-5” (Baroni Edições –
2016). Participou de diversas coletâneas. Sua participação mais recente foi no
livro: “Cem Poemas – Cem Mil Sonhos”, homenagem aos 50 anos de passeata dos cem
mil, maior manifestação popular contra a ditadura militar no país, organizado
por Rodrigo Starling.
Faleceu
dia 31 de julho de 2019, deixando um vazio no mundo da poesia.
SOL
Eis que faliram os desígnios de morte
e a gota de sangue que batiza o
cristal
se fez flor
Naqueles tempos tudo era sombra
Mas o sofrimento purifica
dizia meu pai
e Oscar Wilde também
não há prisões para o espírito
dizia meu pai
e ficávamos naquele escritório
docemente sombrio
fazendo Análise Musical
Bach, Stravinsk, Khulau, Zanetovich
presos, de madrugada
e livres
ninguém nos alcançava
desprezávamos os exércitos de
loucos
(Helenice Maria Reis Rocha)
Poema e foto: arte Biláh Bernardes
4 comentários:
Grande poetisa... Grande amiga... Helenice, companheira das letras e dos aniversários... a saudade será eterna para quem será eterna em meu coração de poeta...
Belo poema. Vou procurar mais poemas de sua autoria. "Desprezávamos os exércitos de loucos", nada mais atual e oportuno.
Deus do Céu, ela morreu! Um doce de dama que veio ao Rio duas vezes recentemente, mas que não consegui conhecer pessoalmente! Que perda horrível! Um ser humano encantador! Um doce de gente! Que o Papai do Céu a tenha. Amém. ;-(
Sim, um belo poema dessa guerreira de BH.
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